por Bruno Henrique
Athos Bulcão e um de seus paineis na igrejinha Nossa Sra Fátima
em Brasília .
Artista muito à frente de seu tempo, Athos Bulcão e as formas gráficas e perspectivas inconfundíveis por ele criadas, vêm sendo cada vez mais atualizados.
Nascido no Rio de Janeiro em 1918, Athos Bulcão desistiu da medicina pelas artes visuais. Trabalhou como assistente de Candido Portinari no painel da igrejinha da Pampulha em Belo Horizonte, em seguida mudou-se para Paris onde viveu até 1949. Nos anos 60, mudou-se definitivamente para a capital brasileira, onde faleceu em julho de 2008.
Porém, ele
nunca saiu de cena, desde o reconhecimento de seus primeiros trabalhos, ainda
na década de 1940. Mas foi recentemente, que as formas e cores do artista tornaram-se presentes sob várias frentes ao mesmo tempo: coleções de moda de
Ronaldo Fraga e Maria Bonita na São Paulo
Fashion Week. Além disso diversos artistas fizeram homenagens e exposições no
Brasil e em outros países com peças de design de jóias e relógios, objetos utilitários e até
sapatos, sandálias e chinelos. Athos Bulcão está em todas.
Desfile Ronaldo Fraga SPFW homenageia Athos Bulcão no inverno 2011.
Mais que um catálogo, trata-se de um inventário que
oferece uma visão abrangente das mais de cinco décadas por ele dedicadas à arte
integrada à arquitetura. Textos e imagens narram os momentos marcantes da
trajetória artística e pessoal – destacando, de Belo Horizonte a Brasília e daí
a outros continentes, cada um dos 101 espaços que receberam intervenção do
artista no Brasil e no mundo.
Estojo com xícaras e pires ilustrados com paineis do Instituto
Rio Branco de Brasília.
Feliz com o reconhecimento, Valéria Cabral explica que a publicação em livro dá continuidade ao trabalho realizado pela fundação de preservar e
divulgar a obra do artista. Para Cabral receber o prêmio
foi uma demonstração do valor que as obras-primas de Bulcão representam.
"Fomos muito aplaudidos e elogiados pela
imprensa. Deu para perceber que o público gostou muito da escolha do júri do
Prêmio Jabuti", destaca Valéria Cabral para o site G1.com. "Estamos muito felizes. Ter
vencido nesta categoria reforça ainda mais o quanto o nosso trabalho é
importante". Além de inventariar o passo a passo dos mais conhecidos
projetos de integração com a arquitetura, desenvolvidos de forma pioneira e
surpreendente pelo artista, o livro apresenta a permanência de seu legado
personalíssimo.
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