domingo, 22 de abril de 2012

BULCÃO ESTÁ EM TODAS

por Bruno Henrique


 Athos Bulcão e um de seus paineis na igrejinha Nossa Sra Fátima
em Brasília .

 
Artista muito à frente de seu tempo, Athos Bulcão e as formas gráficas e perspectivas inconfundíveis por ele criadas, vêm sendo cada vez mais atualizados.
Nascido no Rio de Janeiro em 1918, Athos Bulcão desistiu da medicina pelas artes visuais. Trabalhou como assistente de Candido Portinari no painel da igrejinha da Pampulha em Belo Horizonte, em seguida mudou-se para Paris onde viveu até 1949. Nos anos 60, mudou-se definitivamente para a capital brasileira, onde faleceu em  julho de 2008.
 Porém, ele nunca saiu de cena, desde o reconhecimento de seus primeiros trabalhos, ainda na década de 1940. Mas foi recentemente, que as formas e cores do artista tornaram-se presentes sob várias frentes ao mesmo tempo: coleções de moda de Ronaldo Fraga e Maria Bonita na São Paulo Fashion Week. Além disso diversos artistas fizeram homenagens e exposições no Brasil e em outros países com peças de design de jóias e relógios, objetos utilitários e até sapatos, sandálias e chinelos. Athos Bulcão está em todas. 

 Desfile Ronaldo Fraga SPFW homenageia Athos Bulcão no inverno 2011.



Foi lançado no último dia 20 de março um catálogo completo sobre as interfaces de seu trabalho em paineis, pisos, azulejaria, fachadas e obras em ateliê. Com edição a cargo de Valeria Maria Lopes Cabral e em edição bilíngue, inglês e português, contém mais de 400 páginas que incluem uma seleção de ensaios especiais, pontuada por grafismos e vasta iconografia que explora os suportes trabalhados pela ourivesaria do mestre, o livro produzido pela fundação que tem o nome do artista, criada em 1993, mereceu a honraria máxima no mercado editorial: venceu o Prêmio Jabuti na categoria "Arquitetura e urbanismo, fotografia, comunicação e artes".
Mais que um catálogo, trata-se de um inventário que oferece uma visão abrangente das mais de cinco décadas por ele dedicadas à arte integrada à arquitetura. Textos e imagens narram os momentos marcantes da trajetória artística e pessoal – destacando, de Belo Horizonte a Brasília e daí a outros continentes, cada um dos 101 espaços que receberam intervenção do artista no Brasil e no mundo.


 Estojo com xícaras e pires ilustrados com  paineis do Instituto
Rio Branco de Brasília.

Feliz com o reconhecimento, Valéria Cabral explica que a publicação em livro dá continuidade ao trabalho realizado pela fundação  de preservar e divulgar a obra do artista. Para Cabral receber o prêmio foi uma demonstração do valor que as obras-primas de Bulcão representam.
"Fomos muito aplaudidos e elogiados pela imprensa. Deu para perceber que o público gostou muito da escolha do júri do Prêmio Jabuti", destaca Valéria Cabral para o site G1.com. "Estamos muito felizes. Ter vencido nesta categoria reforça ainda mais o quanto o nosso trabalho é importante". Além de inventariar o passo a passo dos mais conhecidos projetos de integração com a arquitetura, desenvolvidos de forma pioneira e surpreendente pelo artista, o livro apresenta a permanência de seu legado personalíssimo.





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