terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Entrevista com Aldo Clésius

Por: Amanda Marques, Camila Yoshida, Manuela Gastal e Paula Carvalho.

Aldo Clécius é consultor em negócios da moda, Professor universitário, Jornalista de moda e pesquisador. Atualmente é editor do www.blogmodabrasil.com.br, com cerca de 25 mil unique visitors/ mês focando apenas em profissionais e estudantes de moda.

E.M- O que é o Grafite?

 Em 1970, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, alguns jovens começaram a deixar suas marcas nas paredes da cidade. Algum tempo depois essas marcas evoluíram com técnicas e desenhos. O grafite está ligado diretamente a vários movimentos, em especial ao Hip Hop. Para esse movimento, o grafite é a forma de expressar toda a opressão que a humanidade vive principalmente os menos favorecidos, ou seja, o grafite reflete a realidade das ruas.

A.C- Qual a diferença entre “grafitagem e pichação”?
O movimento grafite contemporâneo nasceu pichação. Aliás, muitos grafiteiros consagrados, como é o caso da dupla Os gemeos, autores de importantes trabalhos em várias paredes do mundo - aí incluída a grande fachada da Tate Modern de Londres, admitem ter um passado de pichadores.
Contudo a pichação é menos elaborada, mais subversiva e geralmente contesta a ordem de “arrumação e beleza” da fachada urbana burguesa da cidade. Geralmente uma pichação nos remete ao contexto que nem tudo é hermeticamente belo ou certinho. Há o feio, o grotesto, a minoria, os guetos.
 E.M-  E o que faz do Grafite uma arte tão atual? É um novo gênero artístico que traz consigo uma nova estética?
A.C- A linguagem do grafite fala do hibrismo de formas, de cores, de estéticas, enfim da vida urbana que pulsa e, de fato, é bem diversa. Pode ser vista como arte nobre, mas naceu no gueto, como manifestação de uma minoria cultural. Geralmente de periferias e zonas tradicionalmente o estado deixa de lado. Acho que esta urbanidade e riqueza antropológica que faz do grafite atual e único enquanto gênero artístico e movimento de estilo.
E.M-  Qual a ligação da Moda com o Grafite?
A.C- A partir dos anos 1960, quando os movimentos jovens e de estilo passaram a “ditar” moda, a relação entre o fashion e a cultura das minorias tem sido intensa. O movimento negro, que já rendeu diversos movimentos de estilo, foi um dos berços onde o grafite germinou, cresceu e deu frutos. É impossível pensar em grafite sem pensar na tríade: música, dança e produção visual. Daí que a moda vai não só beber da fonte do grafite mais vai criar uma relação intensa com ele por ser rico estilisticamente e por tratar de cultura urbana, um dos fundamentos da moda contemporânea neste início de século XXI.
   Fonte: Aldo Clesius


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