quarta-feira, 25 de maio de 2011

O mito do príncipe encantado

O mundo todo acompanhou pela televisão, há alguns dias, uma tradicional cerimônia de casamento. Não foi um casamento convencional e sim o casamento entre o príncipe William, membro da família real britânica e Catherine Middleton. Ela não se tornará princesa, pois é plebeia, mas será duquesa, uma vez que seu marido fora nomeado Duque de Cambrige na manhã do casamento.

Na idade média a monarquia era associada ao divino. Os membros das famílias reais eram considerados seres diferenciados, de sangue azul, escolhidos e enviados por Deus. Hoje em dia, após várias monarquias serem derrubadas e a instituição do estado democrático, sabemos que as coisas não são bem assim. No entanto, as meninas continuam sendo criadas à partir de um ideal que pressupõe o encontro do príncipe, com toda a pompa e circunstancia cabível. A imagem de felicidade idealizada é a da linda princesa, que após se casar com o príncipe viveria feliz para sempre.
Esta pode ser a explicação sobre o que levou dois bilhões de pessoas a aguardar ansiosamente a aparição da noiva Kate. Existe um fascínio pela realeza que nos leva a acompanhar toda essa burocracia milenar em torno de uma cerimônia monárquica. É a concretização do sonho de todas as cinderelas ansiosas por encontrar seus príncipes encantados. Talvez por isso houve um boom de moças matriculadas na universidade onde William estudou, muitas delas empenhadas na tentativa de conquistá-lo.
Estamos no século XIX, onde tudo acontece rapidamente, todos querem seus minutos de fama e o mundo gira em torno do interesse (leia-se dinheiro). Mesmo assim, ainda dá para acreditar na existência do amor, no casamento, na união e no bem que a família pode proporcionar. No entanto, é preciso contestar os valores arcaicos que a mulher só se realizará após o casamento. Não dá mais para desejar e aguardar o príncipe encantado. Hoje em dia as mulheres estão livres para estudar, livres para escolher a profissão que seguirão, livres para ter o estilo de vida que desejarem. Só falta o restante da sociedade compreender que casamento não é sinônimo de poder ou de realização. É possível viver feliz para todo o sempre sem ter o príncipe encantado ao lado.
Por Gabriela Gontijo, Marcela Torres e Rosane Silveira

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