quarta-feira, 25 de maio de 2011

Paula Bahia

Luiza Barcelos, Arezzo, Claudia Mourão e Paula Bahia marcam a força do setor calçadista em Minas Gerais. A marca Paula Bahia já existe há 17 anos e é comandada pela estilista homônima. Paula começou a se interessar por moda na adolescência, quando ainda existiam poucos cursos voltados para esta área. Enquanto cursava Administração de Empresas, na PUC-MG, veio a oportunidade de trabalhar com moda. Mesmo com rotina atribulada, Paula nos concedeu a entrevista abaixo, onde conta sobre sua carreira, avalia o mercado atual e oferece dicas aos novos designers.
Escreva moda: Você se formou em administração de empresas, como surgiu o seu interesse pela área de moda?
Paula Bahia: Na verdade o interesse já existia há muitos anos, desde a adolescência. Porém, na época que eu entrei na faculdade nem se falava em estudar moda no Brasil. Por isso, resolvi cursar administração, mas antes de me formar fui trabalhar com uma prima, a Inês, que tinha uma confecção de roupas de couro. Juntas, começamos a criar acessórios para essas roupas, foi aí que comecei a fazer sapato.

Escreva moda: Conte um pouco da história da sua marca. Como tudo começou?
Paula Bahia: A confecção estava indo muito bem e decidimos nos separar. Inês continuou com a parte de roupas e eu abri um showroom/loja de sapatos, na Rua Espírito Santo, em Lourdes. Durante dois anos a produção foi terceirizada em um pequeno artesão. Ao participar pela primeira vez de uma feira do setor coureiro, no extinto Real Palace, em Belo Horizonte, houve a necessidade de fabricar as minhas próprias peças. Associei-me ao meu irmão, Rodrigo Bahia, alugamos um galpão, compramos o maquinário básico, contratamos um modelista e iniciamos uma pequena fábrica.

Escreva moda: Como autodidata, quais foram as maiores dificuldades que enfrentou ao se aventurar por um campo desconhecido?
Paula Bahia: As dificuldades foram enormes já que o meu conhecimento industrial era nulo. Entender todo o processo de fabricação de um sapato foi algo muito difícil para mim. Na parte de moda sempre fui antenada, mas a informação naquela época era muito precária. Não tinha internet, poucas revistas internacionais chegavam ao Brasil e viajar para o exterior era muito caro para quem estava começando. Até conseguir um capital de giro, tivemos que economizar muito, tudo que a gente ganhava era reinvestido na marca.

Escreva moda: A marca “Paula Bahia” já existe há 17 anos. De 1994 até agora o que mudou no mercado?  Como a marca se posicionou frente a essas mudanças?
Paula Bahia: No início o dólar era alto em relação ao real e as grandesfábricas de calçados eram todas voltadas para o mercado externo. Portanto, as empresas pequenas eram únicas no mercado interno. Com o declínio do dólar, todas essas fábricas se voltaram para o mercado brasileiro, abrindo uma concorrência voraz. Quem não se profissionalizou e fez o seu nome no mercado foi engolido pelos maiores. 

Escreva moda: Como estilista e proprietária de uma marca de acessórios, quais são seus conselhos aos novos designers?

Paula Bahia: Meu principal conselho para os novos designers é estarem sempre muito antenados às tendências globais, tecnologias e materiais. Para ter uma marca de sucesso é preciso conhecer bem o seu cliente e saber exatamente o que ele espera da sua marca.  


Para conhecer mais sobre a marca e sua coleção, acesse: http://www.paulabahia.com.br/

Por Gabriela Gontijo, Marcela Torres e Rosane Silveira

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