terça-feira, 23 de novembro de 2010

Moda para todos...?


Osklen para Riachuelo






Por:Anna Luiza Magalhães, Flávia Virgínia e Luíza Pacheco


As parcerias entre grandes grifes do mundo da moda e redes de fast fashion ao redor de todo o mundo estão se tornando cada vez mais freqüentes e delineando um novo fenômeno nesse grande e importante cenário da moda.
No dia 23 de novembro de 2010, a rede européia de fast fashion H&M vai finalmente disponibilizar em suas lojas, depois de uma campanha que despertou a curiosidade geral, a coleção desenvolvida em parceria com a grande Maison francesa Lanvin. Para os apaixonados pelas grandes grifes, essas novas parcerias do mundo da moda não poderiam ser melhores e significam o tão esperado acesso à essas marcas “de sonho”, distantes do poder aquisitivo da maior parte das pessoas.
No Brasil essa tendência de parcerias vem acontecendo já a algum tempo e nesse ano de 2010 vem crescendo ainda mais. Novas parcerias como a de Oscar Metsavaht, da Osklen, com a rede de lojas Riachuelo e da marca Maria bonita extra com C&A, são os mais recentes e comentados projetos na moda brasileira. Grifes de peso no mercado, experimentando uma maior possibilidade de acesso ao público brasileiro. No caso da parceria de Metsavaht com a Riachuelo, por exemplo, será possível encontrar peças com o design da Osklen a partir de R$29,90, preço que dificilmente será encontrado nas lojas da própria marca. Igualmente acontecerá com as peças desenvolvidas pela Maria Bonita extra para a C&A e que já acontece com as peças infantis de Isabela Capeto para essa mesma rede de lojas.
Essa situação apresenta uma mudança considerável, tanto no caso das fast fashion quanto no das lojas de grandes marcas. No caso de lojas como a C&A, por exemplo, além de seu público habitual, com esse novo posicionamento no mercado, ela irá atrair não só pessoas interessadas em preços mais acessíveis como também um público que conhece e se interessa por um design mais exclusivo. No caso de lojas como Osklen e Maria Bonita Extra, que possuem um público comprador mais reduzido, existirá a oportunidade de expandir um pouco dos seus conceitos de moda à uma parcela muito maior de pessoas. Esse processo é visto como algo muito positivo pela estudante de moda da Universidade FUMEC, Isabela Rabelo. Segundo ela, essa maior acessibilidade da moda permite que ela chegue a mais pessoas e lugares, o que é um dos objetivos essenciais da moda. Mas ela também concorda com sua colega, Luana Leal, quando ela estabelece um contraponto em relação a essa acessibilidade, que tem como conseqüência imediata a perda gradual da exclusividade dessas grandes marcas, o que pode resultar na insatisfação do público comprador de lojas como Maria Bonita Extra e Osklen. Esse público busca roupas mais exclusivas, por isso, costumam evitar a massificação das peças das redes de loja de departamento. A partir do momento em que o conceito de moda dessas marcas passa a circular para o grande público, uma parte considerável dessa exclusividade tem chance de se perder.
As mudanças no mundo da moda serão sem dúvida consideráveis e, provavelmente muito proveitosas. Uma possível disseminação dos conceitos destas grandes marcas a um público muito maior, traz uma grande democratização do vestuário. Isto provavelmente trará soluções cada vez mais incríveis e criativas para as peças de grandes marcas que deverão continuar tentando agradar a um publico mais reduzido que tem sede de exclusividade.

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