Ela é irreverente. Desde a época da
escola customizava suas roupas e, por isso, não é de se estranhar que Vivienne
Westwood está há mais de 40 anos atuando no mercado da moda. A estilista sempre
deixa sua opinião e gosto bem claros em seus trabalhos, de forma que suas
coleções têm sempre resultados inusitados. Ela é atenta aos acontecimentos do
mundo e assim nunca perde sua identidade.
Vivienne cursou moda por um breve período na
Faculdade de Arte de Harrow e ela mesma acreditava não caber no mundo da arte.
O casamento com Malcolm McLaren junto à inspiração no rock dos anos 50, levou a
estilista britânica a fundar sua primeira loja, inicialmente chamada Let it
Rock, que mais tarde tornou-se a conhecida Sex. Vivienne influenciou
o visual da banda Sex Pistols, assim ficando conhecida como “estilista
punk”. Logo após, suas criações passaram a ser direcionadas ao público
marginalizado das periferias de Londres.
O trabalho de Vivienne sempre chamou atenção pelo seu
tom polêmico. Em 1987, fez a primeira coleção masculina, carregada de erotismo.
Nos anos seguintes a polêmica ainda prevalecia, como no desfile em que as
modelos ficavam com os bumbuns expostos na passarela. A jovem, que não
acreditava ser da arte, tornava-se um dos mais importantes ícones do mundo da
moda – já esteve entre os seis melhores estilistas do mundo no livro Chic
Savages (1989), de John Fairchild.
Enquanto protestava contra a establishment, a
estilista não vivia de ilusões de imagem e beleza. Ela lamentava o caminho que
a moda percorria – e percorre - cada vez mais para os desejos de marketing e
não a inspiração dos criadores. Nos tempos de hoje, de rapidez e tecnologia,
as ideias de Vivienne Westwood de cultivar sua arte no que é bom, e não apenas
naquilo que é novo e moderno, seria uma grande forma de protestar os lugares da
moda, assim como no filme Prêt-à-Porter, que teve inspiração no seu
trabalho.
O que sempre transpareceu em suas criações é a
liberdade de expressão. Vivienne Westwood é inspiração. E foi quase num sem
querer que ela se tornou tal referência, a “mãe da moda inglesa” ou a “mãe do
punk”, nunca “quis inspirar ninguém”, confessa. Apesar de hoje ela estar aliada
cada vez mais ao establishment, ela mesma ainda defende a inovação e
liberdade em tempos tão massificados, onde as pessoas mais parecem estar
uniformizadas do que vestidas como realmente desejam. "As pessoas estão
frustradas com o excesso de consumismo e a falta de valores mais
profundos", disse também em defesa aos protestos no Brasil.
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