sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Reportagem: Tropicalismo Fashion

Por Caroline Gomes, Hiago Maia, Kênia Marcília, Nathália Souza e Viviane Ferreira

Dizem que a beleza é subjetiva e que os gostos são tão pessoais que devem ser intocados. Essas duas máximas fazem completo sentido quando o assunto gira em torno do vestuário. As formas de se vestir caminham e se alteram junto com o desenvolvimento social, o que faz com que a moda de ontem, hoje seja ultrapassada, e a moda hoje, torne-se antiquada para a futura geração. Novas marcas, estilos e tendências são lançados, abordando os mais diversos temas.
Com muita ousadia e autenticidade, o estilista Ronaldo Fraga inova o cenário da moda trazendo roupas com estamparias elétricas com elementos que emitem som, ventilador, liquidificador, acendedor, telefone celular e bocas gritando. Tecidos vazados a laser, bordado com fios de plástico de cadeira, tons vibrantes e botões prateados gigantes. Na cabeça, fibra ótica reflexiva; nos pés, sapatos estampados com peixes escamados.
Mesclando moda e música, Fraga apresentou sua coleção tropicalista São Zé, baseando suas peças na dissociação dos elementos. O desfile é embalado pela música contagiante de Tom Zé que muito tem a ver com o estilo das roupas.
Apesar de sofisticadas aos olhos de estilistas e pessoas ligadas ao ramo da moda, as roupas causam impacto nos leigos e a aceitação varia de acordo com a faixa etária. Buscando a comparação entre opiniões de mulheres com a faixa etária de 20 a 30 e de 50 a 60 anos, uma pesquisa de opinião revelou o primeiro impacto que elas tiveram ao visualizar imagens das peças.
As senhoras de 50 a 60 anos acharam a coleção “muito aquém do que pode ser chamado de roupa”, alegando haver futurismo demais, e que a maioria das peças em sua época eram inconcebíveis ou até mesmo impensáveis. Segundo Marluce de Paula, 45 anos, ela jamais usaria um tipo de roupa assim e muito menos iria a um desfile para ver “roupas de liquidificador”.
Na faixa etária dos 20 aos 30 anos, as opiniões são bem diversas. Algumas mulheres até entendem o estilo do Fraga como moda, mas ainda sim, não o adotariam para suas vidas, como é o caso da estudante Inês Duarte, 23 anos, que aprova algumas das peças “É algo completamente diferente do que vemos nas ruas, no dia a dia, e sinceramente eu não sei se teria coragem de usar. Talvez usaria um desses vestidos, mas eles chamam muita atenção!”, conclui. Outras já assumem que nada compreendem do mundo da moda e que o básico: calça jeans e camisa é certeiro, nunca falha!
As entrevistas feitas mostram que as mulheres ainda não estão seguras sobre o que vestir. Elas querem inovar e radicalizar na teoria, pois na prática ainda há vestígios de uma moda ditada pelas tradições. Algumas delas demonstram interesse por essa inovação, mas se mostram involuntariamente subordinadas ao julgamento popular, que acaba freando os ímpetos da adequação a novas tendências ou o investimento em um estilo individualizado e as faz recorrer a um estilo básico e sem ousadias.



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