Por Caroline Gomes, Hiago Maia, Kênia Marcília, Nathália Souza e Viviane Ferreira
Dizem
que a beleza é subjetiva e que os gostos são tão pessoais que
devem ser intocados. Essas duas máximas fazem completo sentido
quando o assunto gira em torno do vestuário. As formas de se vestir
caminham e se alteram junto com o desenvolvimento social, o que faz
com que a moda de ontem, hoje seja ultrapassada, e a moda hoje,
torne-se antiquada para a futura geração. Novas marcas, estilos e
tendências são lançados, abordando os mais diversos temas.
Com
muita ousadia e autenticidade, o estilista Ronaldo Fraga inova o
cenário da moda trazendo roupas com estamparias elétricas com
elementos que emitem som, ventilador, liquidificador, acendedor,
telefone celular e bocas gritando. Tecidos vazados a laser, bordado
com fios de plástico de cadeira, tons vibrantes e botões prateados
gigantes. Na cabeça, fibra ótica reflexiva; nos pés, sapatos
estampados com peixes escamados.
Mesclando
moda e música, Fraga apresentou sua coleção tropicalista São
Zé,
baseando suas peças na dissociação dos elementos. O desfile é
embalado pela música contagiante de Tom Zé que muito tem a ver com
o estilo das roupas.
Apesar
de sofisticadas aos olhos de estilistas e pessoas ligadas ao ramo da
moda, as roupas causam impacto nos leigos e a aceitação varia de
acordo com a faixa etária. Buscando a comparação entre opiniões
de mulheres com a faixa etária de 20 a 30 e de 50 a 60 anos, uma
pesquisa de opinião revelou o primeiro impacto que elas tiveram ao
visualizar imagens das peças.
As
senhoras de 50 a 60 anos acharam a coleção “muito aquém do que
pode ser chamado de roupa”, alegando haver futurismo demais, e que
a maioria das peças em sua época eram inconcebíveis ou até mesmo
impensáveis. Segundo Marluce de Paula, 45 anos, ela jamais usaria um
tipo de roupa assim e muito menos iria a um desfile para ver “roupas
de liquidificador”.
Na
faixa etária dos 20 aos 30 anos, as opiniões são bem diversas.
Algumas mulheres até entendem o estilo do Fraga como moda, mas ainda
sim, não o adotariam para suas vidas, como é o caso da estudante
Inês Duarte, 23 anos, que aprova algumas das peças “É algo
completamente diferente do que vemos nas ruas, no dia a dia, e
sinceramente eu não sei se teria coragem de usar. Talvez usaria um
desses vestidos, mas eles chamam muita atenção!”, conclui. Outras
já assumem que nada compreendem do mundo da moda e que o básico:
calça jeans e camisa é certeiro, nunca falha!
As
entrevistas feitas mostram que as mulheres ainda não estão seguras
sobre o que vestir. Elas querem inovar e radicalizar na teoria, pois
na prática ainda há vestígios de uma moda ditada pelas tradições.
Algumas delas demonstram interesse por essa inovação, mas se
mostram involuntariamente subordinadas ao julgamento popular, que
acaba freando os ímpetos da adequação a novas tendências ou o
investimento em um estilo individualizado e as faz recorrer a um
estilo básico e sem ousadias.
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